O músico texano John Pointer escreveu uma carta extremamente emotiva de tributo ao seu melhor amigo Benny Pointer na perspectiva do próprio Benny, assim como todos os posts na sua página de facebook.
Na sua biografia no facebook lê-se o seguinte:
“Eu sou um Boxer branco e nasci a 29 de Janeiro de 2007. Vivi toda a minha vida em Austin no Texas com a minha Pessoa que é músico. Ele levou-me a todo o lado!
A 28 de Janeiro de 2016 ele convidou uma senhora que vestia umas calças de médico para vir cá a casa. Ela deu-me duas injecções. A primeira fez-me sentir relaxado e quentinho. A segunda curou-me completamente!
A minha Pessoa tem andado um pouco estranha desde essa altura. Toda a vida adorei encostar-me a ele, mas agora ele é uma espécie de … uma nuvem. Consigo passar através dele.
As coisas na nossa casa estão a mudar aos poucos. Reparei que ele deum uma das minhas camas a um amigo e guardou a outra. Eu costumava cansar-me imenso e tirava umas sonecas de vez em quando, mas desde que a Senhora de Calças de Médico veio eu posso dormir onde e quando eu quiser. Posso ir onde e quando quiser também. A minha Pessoa costumava levar-me a imensos sítios, mas de vez em quando havia uns sítios onde não podia entrar. Agora posso segui-lo para todo o lado e parece que ninguém nota. Que sorte que tenho!
Ele também guardou os meus pratos, mas os meus brinquedos ainda se encontram pela casa nos sítios onde costumava escondê-los e agora que penso nisso… Não reparei de mais alguma vez ter sentido fome. Aquela Senhora de Calças de Médico é maravilhosa!
O meu trabalho é estar com a minha pessoa. Nunca deixarei de estar a seu lado.
Ele sabe disso.”
Esta foi sem dúvida a melhor forma de homenagear Benny que faleceu vítima de um tumor cancerígeno no fígado aos 9 anos de idade, tendo sido submetido a eutanásia!
Segundo John, a carta que escreveu, foi escrita como forma de apaziguar a dor da sua perda.
Esta carta tornou-se viral e está a comover o mundo inteiro.
Fica a sua tradução na integra:
“Ontem foi um dia estranho. Eu não consegui sair da cama. O Humano que vive comigo pegou-me ao colo. Eu tentei colocar as minhas pernas para baixo mas elas não obedeceram. Ele disse, “Não te preocupes, eu estou contigo, amigo”, desceu as escadas comigo e saímos.
Ele foi tão leal.
Eu precisava muito fazer xixi, só tinha que chegar lá, onde ele me baixou. Normalmente eu não faria nada ali, mas decidimos fazer uma excepção à regra.
Comecei a andar no estacionamento na direcção daquele sitio onde todos os cães como eu vão fazer cocó. Senti as minhas pernas a arrastarem-se pelo chão. “Que estranho”, pensei. Então, de repente, tive muita vontade de fazer cócó. No meio do estacionamento. Normalmente eu não faria nada ali também. É contra as regras.
O meu Humano limpou a sujidade. Ele é bom nisso. Fiquei com vergonha, olhei para ele e ele disse: “Queres continuar a andar, amigo?”
Eu quis, mas foi surpreendentemente difícil. Quando chegámos ao fim do estacionamento, a minha cabeça estava a girar. Tentei escalar o montinho e quase caí. Não estava a entender o que estava a acontecer. Ele baixou-se de novo e passou-me a mão. Foi mesmo bom. Pegou-me ao colo e levou-me para casa.
Eu ainda estava confuso e a minha cabeça estava um pouco no ar, mas estava feliz por não ter de andar o caminho de volta. De repente pareceu-me uma distância impossível.
Eu fiquei tão feliz por me deitar na cama.
O meu humano fez-me um carinho, e disse: “Eu estou contigo, amigo. Estou contigo”.
Eu adoro como ele me faz sentir. Eu sei que ele me ama. Ele faz tudo ficar melhor.
Ele tocou-me nas patas e puxou o meu lábio para cima.
Disse: “Amigo, estás com frio?”
Eu estava. O meu rosto estava frio, as minhas patas também. Ele mandou uma mensagem para algumas pessoas e voltou para me fazer um carinho.
Alguns minutos depois, outra pessoa chegou. É um dos meus preferidos e seu nome é Jay. Ele fez-me uma festa e disse para o meu Humano: “Queres um cobertor?” Eles colocaram-me o cobertor e, uau… aquilo foi bom. Relaxei, eles passaram-me a mão e começaram a segurar as lágrimas.
Eu nunca quis que eles chorassem, isso parte-me o coração. É o meu trabalho fazê-los felizes, e eu estava só um pouco cansado e com frio. Eu dormia e acordava e eles estavam sempre lá, certificando-se de que eu estava bem, e conversando um com o outro.
Durante todo o dia, o meu humano fez alguns telefonemas, e passou bastante tempo comigo. Eu o ouvi dizer, “9 da manhã, amanhã… tá… sim… Eu aviso se algo mudar. Obrigado, Dr. MacDonald.” Ele ligou para mais alguém e disse: “Desculpa, eu tenho que cancelar hoje à noite.” Depois eu comecei a cair no sono, eu acho que ouvi ele a chorar um bocadinho, de novo.
À noitinha, mais algumas das minhas pessoas preferidas vieram. Eles foram tão amáveis. Eu lambi as lágrimas deles quando chegavam perto do meu rosto. Eles sussurraram coisas doces no meu ouvido, e disseram-me que eu era um bom rapaz. Mais tarde, senti-me bem o suficiente para me levantar e andar até à porta para ver quem estava a chegar. Foi mais exaustivo do que eu me lembrava, mas eu adorei ver toda a gente. Eu ouvi o meu Humano dizer algo do género, “Foi a primeira vez que ele se levantou sozinho, hoje.” Todos pareciam felizes que eu estivesse fora da cama. Eu também mas, … depois da excitação passar, foi difícil caminhar.
Depois de que o último visitante se foi, o meu Humano levou-me para fora para fazer o que ele chamava “meu negócio”. Nós voltámos e quando chegámos ao primeiro degrau da escada, ele parecia ter duplicado de tamanho e ser dez vezes mais alto do que eu me lembrava. Olhei para o meu Humano, e ele olhou para mim. E disse, “Não te preocupes, amigo, eu levo-te.” E levou-me ao colo.
Depois ficou ainda melhor! EM vez de dormir na minha cama, ele chamou-me para dormir na cama DELE. Deixem-me repetir:
Eu pude dormir na cama com o meu Humano! Eu nunca vou sair do seu lado.
Mas eu não estava a sentir-me bem e às vezes era difícil respirar. Parece ter começado há uns meses atrás. Estávamos a brincar a correr atrás da bola e eu simplesmente apaguei. Eu não sei o que aconteceu, mas acho que parei de respirar. Conseguia ouvir o meu Humano chamar meu nome. Eu não conseguia mover nenhum músculo. Ele levantou-me a cabeça e olhou-me dentro dos olhos. Eu podia vê-lo, bem ali, mas não podia lamber-lhe o rosto. Ele disse, “Benny, estás aí?” Eu não pude responder. Ele olhou e disse: “Fica tranquilo, amigo, eu estou contigo. Está tudo bem.” Eu comecei a entrar para dentro da escuridão, mas então os meus pulmões deram um suspiro profundo e eu consegui ver de novo.
Nós fomos a alguns médicos e, desde então, tenho ouvido muitas palavras como “cardiomiopatia”, “cancro” e “falência do fígado”. Tudo o que eu sei é que, às vezes, eu sinto-me bem, e outras… bem… simplesmente não. O meu Humano dá-me comprimidos.
Esta manhã, ouvi o meu Humano levantar -se e tomar banho. Ele voltou para o quarto e estava a cheirar bem. Ajudou-me a levantar, mas desta vez eu consegui sozinho. Eu fiz o “meu negócio” e voltámos para dentro. Ele abriu uma lata de comida de cão húmida muito, muito deliciosa!
Jay apareceu de novo. Que surpresa boa! Ele e meu Humano pareciam preocupados, mas todo mundo estava a fazer-me festinhas. Parecia um pouco uma peça de teatro em que todos os actores estavam tristes, mas fingiam estar felizes. Bem, depois disso, outra pessoa chegou. Ela estava com calças de médico e eu encostei-me nela.
Eu escutei eles conversarem. Todos viram as minhas gengivas e sentiram as minhas patas. Eu escutei a doutora de calças dizer, “A decisão é sua, mas ele já está muito “naquela janela”. Eu não te quero pressionar, mas vendo a falta de cor dele, estou honestamente chocada que esteja a levantar-se. Sem contar as pastas e o beiço, olha aqui…”, ela apontou para a minha cara, “Isso deveria estar cor-de-rosa. Está quase branco, a caminho do amarelo.”
O meu Humano e Jay foram lá para dentro conversar sobre algo. Quando voltaram, ouvi o meu humano dizer, “Eu concordo. Eu não quero esperar até que ele esteja em absoluta agonia.” Então fomos para dentro. Verdade seja dita, eu estava a sentir-me muito mal, mesmo que estivesse em pé e a andar. Parecia que toda a minha cabeça estava fria, as minhas patas estavam a congelar e as minhas patas traseiras não estavam a funcionar bem.
A doutora de calças disse, “Eu só vou colocar isto nos músculos dele. É um sedativo. Depois eu volto e pode acarinhá-lo até que ele durma.” O meu Humano beijou-me o rosto e olhou-me nos olhos. Ele estava a tentar não chorar. A doutora de calças deu-me uma injecção de alguma coisa na perna. Eu apenas olhei para o meu Humano. Ele é tão incrível. Eu sempre vou estar ao lado dele.
Ele e o Jay fizeram-me festinhas e disseram-me as coisas mais fixes – que bom cão que eu era, que bom trabalho eu havia feito, como eles estavam gratos de me terem tido na vida deles. Depois de um tempo,
A minha mente começou a baralhar-se. Eu olhei de volta paro o meu humano. Eu amo-o tanto.
Eu adormeci de novo. Eu posso ver o meu humano. Eu o amo tanto. Eu sempre vou estar ao seu lado. Ele sabe disso. Estou com sono. Eu cuidarei sempre dele com todo o meu coração…
A doutora de calças disse, “Ele deve ter uma vontade incrível de ficar consigo. Ele está realmente a lutar. É impressionante.” O meu Humano engoliu o choro e disse, “Eu sei, ele vive por mim. Ele é a alma mais devotada que já conheci…” Nós colocámos as nossas cabeças juntas e fechámos os olhos. Eu não sei descrever. Olhámo-nos de novo. Eu senti-me a entrar naquela onda, talvez deitar fosse melhor. O meu Humano me ajudou. Foi tão booommmm.
Eu senti ele e o Jay a fazerem-me festinhas e falarem comigo. Eles amavam-me tanto! Quão sortudo sou? Depois eu senti milhares de mãos a acariciar-me. Todo o mundo que eu conhecia e amava estava lá, a passar-me a mão, a coçar a minha orelha e aquele lugar debaixo da minha coleira que faz as minhas pernas mexerem. Todo a gente devia experimentar isso. É simplesmente incrível!
Depois senti a doutora de calças tocar na minha perna. Contei que o meu Humano teve que pagar para consertar os meus dois joelhos? Eles são de titânio e ajudaram-me, mas sabe… tenho-os sentido estalar ultimamente.
Com toda a gente a passar-me a mão, a doutora de calças espetou outra agulha na minha perna, mas desta vez, enquanto o líquido entrava, as minhas pernas ficaram curadas! Os meu joelhos estavam perfeitos! E à medida que eu sentia ele espalhar-se pelo meu corpo, o meu cancro desapareceu! E o meu fígado estava melhor! E finalmente, até o meu coração estava inteirinho e saudável! Eu senti-me livre de todas as doenças. Incrível!
Eu vi o meu humano, Jay e a rapariga que vive na nossa casa, Shelly. Eles pareciam estar a debruçar-se em algo. Eu fui ver o que era. Parecia… eu não sei. Parecia-se comigo, mas eu parecia estar a sentir-me bem doente, ou exausto. Parecia estar a sofrer.
Posso dizer que o meu humano estava aliviado e muito, muito triste ao mesmo tempo. Eu amo-o tanto. Eu olhei paro o que parecia comigo e olhei para ele… acho que ele estava triste por aquele outro cão ali. Pulei pelo quarto, feito um palhaço, mas parecia que eles queriam ficar quietos e focar-se naquele outro que eles estavam a passar a mão e a beijar.
Mas o meu Humano estava definitivamente triste. Eu encostei-me a ele, como havia feito um milhão de vezes, mas não foi a mesma coisa. Parecia que o corpo dele era uma nuvem e eu atravessei-o. Então aproximei-me dele, sentei-me como um bom menino e o meu coração sussurrou para o seu, “Não te preocupes, Amigo. Eu estou contigo.”
Eu nunca vou sair do seu lado. Ele sabe disso.”
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